segunda-feira, novembro 26, 2001


Esqueça, não vou te ensinar nenhuma dica de como ser feliz. Não, de jeito nenhum faria uma coisa tão legal para você (você faz parte do círculo ? Não ?
Dançou !), ao invés disso vou te falar as tentativas frustradas de me dar bem. Quem sabe você não se sensibiliza e me ensina (ou me ajuda dar bem , ok garotas?).
Vou contar umas historinhas que definem muitas coisas. Estou tentando manter a ordem cronológica, mas os fatos já me escapam. Se eu mesmo puder me corrigir, corrigirei.

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Tentativa 1: Algum dia que não estava chovendo lá pelo fim dos anos 80, do século passado

Depois de fantasiar-me com uma peruca de Xuxa, ser o palhaço da festa (se eu soubesse que isso ia ser carreira...), estamos na minha rua [descrição da rua:
sem saída, típica do subúrbio onde as crianças ainda podiam ficar até tarde, sem ter medo de terminar dentro de um saco] e aquela animação de festa onde a dona da casa conseguiu por todo mundo para para fora. Eu e meu vizinho estamos conversando com a prima da aniversariante e de repente dois estalos na noite.

Ta bom. Não lembro porque foi isso...talvez eu apenas quisesse o bolo dela, talvez eu tenha tentado algo mais, não lembro mesmo. Talvez o tapa nem tenha sido para mim. Mas basicamente iniciou minha longa carreira com as mulheres. Graças a Deus, sem os tapas.

Tentativa 2: Algum dia, de dia, lá pelo fim dos anos 80, do século passado

Irmã de amigo. Acho que depois de prima (que aliás , comigo, ou sempre foram muito mais velha ou muito mais nova, por isso QUASE não tive importantes lições, QUASE...) é o tipo de garota mais próxima de você. Tinha essa irmã de meu amigo (atual formando de sociologia , PQP) e foi realmente a primeira paixão. Cabelos castanhos, olhos castanhos. Estávamos conversando na calçada. Nunca falei para ninguém que gostava dela. Vi a oportunidade:

- Sei de alguém que gosta de você - (Muito boa essa né ?)
- Sério ? Quem ?
- Ahh, não sei se posso falar - (hmm que misterioso)
- Conta vai...
- Não posso
- Já sei .. Fernando ? João ? - Identidades falsificadas por motivos memoriais
- Não, não
- Marcos ?
- Não
- Rodrigo ?
- Não - Vai, continua chutando...vou te deixar boquiaberta
- Ah não sei, quem é ?
- Eu - Bom, imagine você que esse foi o melhor xaveco da minha vida. Agora percebe o quão bom eu sou né ?

Silêncio...Slow Nota mental: "Agora fudeu"... Voltando a fita ao andamento normal

- É , sou eu mesmo !
- Seu besta !

Se eu não estivesse turporizado e ainda mantivesse o movimento das pernas poderia ir atrás dela enquanto ela saia andando-correndo para casa da vó dela.
Isso iniciou uma nova característica das mal-fadadas aventuras na busca de alguém: TODAS param de falar comigo por um longo tempo.

2 anos depois tive notícias dela (só não me lembro se pus ela para fora da minha casa antes ou depois disso, meros detalhes). Fui na casa desse meu amigo e eu e
a irmã dele tivemos que sair para comprar alguma coisa. E não é que ela ainda se lembrava ? Até me contou que riu disso com a mãe dela (E provavelmente com
todas as mulheres que corriam o risco de passar pelo meu caminho).

Tentativa 3: Festa de formatura de alguém que não me lembro quem era, começo dos anos 90.

Fomos a uma danceteria e lá estávamos um monte de amigos e amigas. Não curtia esse tipo de música e até que consegui que o DJ tocasse uma do Metallica .
O negócio é azarar, mas já sabendo da minha sorte com as mulheres, deixei que me ajudassem.

- Poxa, queria ficar com alguém hoje - digo eu para minha amiga, aquela do tapa.
- É mesmo ? - compadece da situação
- É - vou me aproximando dela, já vejo minha mão esticando em direção a ela
- Espera aqui que já volto

Deus...quantas piadas você ainda guarda para mim ?

- Olha , vem cá - volta a compadecida

Nada mais me restava a não ser segui-la ou ficar sem o braço. Chego lá no meio da pista, já meio vazia por causa de um barulho infernal , tocando rock pesado.
Quem foi o idiota que pediu isso ?

- Maria, esse é [nome que vc quiser dar para mim]. Ele é gente boa, vou ali e já volto tá ? - Quem será que merecia um tapa agora?
- Oi - gritando a plenos pulmões tentando suplantar guitarras pesadas e me abaixando um pouco para falar com a baixinha.
- Oi e ae ? Tá gostando da festa - Adorando ! Só faltava a tia do pré falar: acabou o recreio
- É , muito legal né ? - Gritos. Maldito Metallica
- É
- Você veio sozinha ?
- Ah...vim com meu namorado. Nessa época fui apresentado as famosas DE. Desculpas Esfarrapadas
- Ué , ele te deixou sozinha aqui ?
- Pois é, ele ta com uns amigos dele

Noto nesse momento que devo me afastar ou correr o risco (mesmo que fictício) de apanhar.

- Então tá, tchau.
- Tchau.

Vá ! Vá mesmo ! Vá embora, volta pro seu namorado que te largou aqui sozinha. Vou ficar lá com meus amigos bebendo coca-cola.

Tentativa 4: Escola primária de Springfield, começo dos anos 90.

Havia uma garota que eu e meu melhor amigo tentamos atazanar. Hoje não comentamos sobre o que era aquilo que tentávamos fazer com ela. Basicamente era fazê-la sofrer por ter feito algo para ele. Tudo bem, ele na época não era afetado pelos hormônios (acho que a bota que ele usava, isolava ele do mundo real), mas eu não.
Logo, eu ficara apaixonado pelo alvo da operação militar que montamos (incluia cartas anonimas assinadas por João, mas que na verdade eram de Márcio) e
coisas do tipo.

Numa festa nessa escola, após o fracasso da operação secreta de atazanamento, mandei um correio elegante para ela.
Talvez se a carteira não fosse da minha sala, não teria de ter passado por isso.

Na segunda-feira, sabe lá Deus como, de repente , me tornei assunto de meia-sala. E no fim do dia....

- Vamos deixar eles dois sozinhos - falou o incível Hulk que tinha na sala

E de repente, realmente ficou os dois sozinhos. O problema era que um dos dois era eu.

- Hmm....ehh...eu que mandei o correio-elegante.
- Eu sei
- Hmmm...ehhh vamos andando ? A gente vai se atrasar.
- Tá bom

E durante o exato 2 ou 3 minutos, andei lado a lado com ela e um monte de uh...ehh...povoava minha cabeça de apaixonado e morriam na ponta da língua.
Me encontrei com meus amigos e cada um foi pro seu lado, ela para cima e nós ... para cima também, outro lado da rua.

Tentativa 6: Escola secundária, fim dos anos 90

Eu estava apaixonado. Não ria, é totalmente sério. Essa paixão foi avassaladora, inclusive levou a fazer uma contra-festa de aniversário de 18 anos dentro do cemitério. Mas tinha aprendido a não ignorar os pequenos sentimentos (que aliás vejo que só são pequenos porque você os considera assim, porque eles viram grandes bolas de neves, destruidora, as vezes) e por isso fui tentar a sorte com uma outra pessoa.

Fim do dia na escola. Planejo sair na frente e esperar a garota na saída. Saio correndo, quase derrubando meio mundo. Todo mundo passa e me cumprimenta.
Não posso dar na cara.

- E ae ? Não vai embora não ?
- Vou...daqui a pouco.
- Ok, eu te espero - vai se encostando meu colega
- Pronto ! - digo de imediato e me levantando - Vamos embora.

Estamos a meio passo da segunda porta, antes do portão de saída, dou um tapinha na testa e digo:

- Putz, esqueci algo...vai indo que já te alcanço.

Volto a minha vigília. O pessoal começa a escassear. Não vejo ela. Será que ela foi embora ?
De repente desce ela. Sozinha. Beleza ! Perfeito !

- Oi ! Precisava falar contigo !
- Pode falar - diz com um lindo sorriso no rosto
- É que eu estava pensando, estou meio a fim de você e ...

Sorriso indo para sorriso amarelo

- Ahhh não acredito...
- Pois é né..
- Sabe o que é ?

NÃO ! POR FAVOR ! Não quero saber o que é !

- É que estou a fim de um carinha e inclusive eu demorei para esperar ele. Mas me dá um beijinho vai, não fica triste por favor.

Depois do beijinho na buxexa, só me restava ir embora né.

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Bom, por enquanto é só. =)

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